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12/04/2004 - Fortes chuvas fazem Paranaguá "submergir" e desalojam 50 famílias
Paranaguá passou o domingo de Páscoa parcialmente submersa por causa de uma chuva torrencial que castigou a cidade desde as primeiras horas da manhã. O aguaceiro atingiu vários pontos da cidade, mas se concentrou em cinco bairros, onde casas foram destruídas e móveis arrastados pela enxurrada. Cerca de 50 famílias ficaram desalojadas e buscaram abrigos na casa de amigos ou parentes. A grande incidência de raios deixou algumas áreas sem energia elétrica e queimou a central telefônica do Corpo de Bombeiros. Até o início da noite não havia registro de mortes ou feridos graves.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o problema ficou isolado a Paranaguá, não causando danos às demais cidades do litoral. Os locais mais atingidos pelo temporal foram os bairros Emboguaçu, Agari, Divinéia, Conjunto Cominese e Parque São João, locais onde a água chegou a três metros de altura, segundo os bombeiros. Nesse último, pelo menos três casas tiveram a estrutura abalada e estão condenadas. Uma delas pertence à auxiliar de escritório Cátia Regina Bosshaerts. Um bueiro não resistiu à pressão das águas, que arrancaram parte da pista de asfalto. Dejetos foram lançados sobre a residência de Cátia. Os móveis foram levados pela correnteza.
O Corpo de Bombeiros de Paranaguá colocou 25 homens nas ruas para atender as ocorrências e à tarde recebeu reforços de mais 12 vindos de Guaratuba, Matinhos e Pontal do Paraná. Uma ambulância permaneceu no quartel para servir de central de rádio. Além da central telefônica da corporação, os raios também provocaram curto-circuito no sistema elétrico de alguns prédios. Os bombeiros tiveram de retirar duas pessoas que ficaram presas no elevador de edifícios diferentes. No centro da cidade, os moradores tiveram de usar barcos para retirar os móveis das casas alagadas.
O temporal terminou por volta do meio-dia, mas seus efeitos se prolongaram por muitas horas. Foram três horas de chuva intensa. A água se acumulou porque não havia pontos de escoamento para o mar, que seria seu curso natural. Devido ao mau planejamento urbano, muitas edificações interrompem esse caminho e represam as águas da chuva. Os bueiros, totalmente entupidos pelo lixo, não conseguiram dar vazão à enxurrada.
Os bombeiros receberam chamadas de quase todas as regiões da cidade nas duas linhas de emergência (193) que foram preservadas pelos raios. Além das ocorrências, os bombeiros tiveram de administrar o grande número de trotes. Segundo o capitão Abrão Mahmoud Filho, durante toda a tarde a central atendeu chamadas de mulheres e crianças falando bobagens para os militares ou passando informações falsas.
Alerta em Matinhos
A Capitania dos Portos fez um alerta para uma possível ressaca em Matinhos até a madrugada de hoje. No sábado, por volta das 19 horas, os bombeiros tiveram de resgatar seis homens e uma criança que ficaram presas na Ilha do Farol. Eles não conseguiram sair antes de a água cobrir o braço de terra que fazia a ligação com o continente. Uma equipe de cinco bombeiros, liderada pelo tenente Diogo Rodrigues, usou cordas e um jet-ski para retirá-los do lugar. Ninguém se feriu.
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