06/06/2004 - Violência preocupa os curitibanos
Na pesquisa da Toledo & Associados sobre as intenções de voto dos curitibanos, outras questões foram levantadas. Entre elas, uma apontou a grande preocupação dos moradores da capital com a segurança. A pesquisa perguntou quais problemas o curitibano resolveria imediatamente na cidade, caso fosse prefeito. Dos 605 entrevistados, 68,4% responderam segurança pública/violência; 42,8% hospitais, saúde e postos de saúde; 23,3% pavimentação; 20,7% educação, escolas e professores; 14% desemprego/falta de emprego; e 12,7 saneamento básico, água/esgoto.
Segundo o major Roberson Luiz Bondaruk, chefe da comunicação social da Polícia Militar no Estado do Paraná, a preocupação da população com a segurança pública é um termômetro dos problemas sociais da cidade: "Uma necessidade não atendida acaba virando num problema de segurança. Falta de emprego, saúde, educação geram problemas. Por isso, não se pode responsabilizar apenas os organismos policiais pelo fato de a segurança ter sido citada", opina. Para ele o resultado da pesquisa mostra que, mesmo em melhor situação que outras capitais, Curitiba apresenta muitos problemas sociais: "Em outros lugares a violência já se banalizou. Aqui nosso povo ainda luta pela qualidade de vida e por isso cita a falta de segurança como problema".
Saúde
O secretário da Saúde de Curitiba, Michele Caputo Neto, disse que a preocupação com saúde não é exclusividade da capital. Segundo ele, outras pesquisas realizadas em todo Brasil sempre apontam violência, saúde e desemprego como principais problemas. Caputo afirma que a cidade está cumprindo a sua parte, tanto que só no último mês três projetos de saúde da cidade foram premiados nacionalmente. "Quem ouve falar sobre saúde, por uma série de situações, tem uma idéia negativa. Já quem usa os serviços oferecidos por Curitiba tem uma opinião melhor."
Ele destacou que a capital enfrenta problemas com 19 especializações médicas: "Das consultas especializadas há casos em que o número de profissionais capacitados é menor. Isso se deve também à tabela do SUS, que, segundo especialistas, não remunera nessas áreas como deveria", afirmou, lembrando que, por mais estranho que pareça, é mais fácil realizar um cirurgia cardíaca em Curitiba do que uma de amígdala. O secretário lembrou ainda que a vinda de pessoas de outras cidades para procurar atendimento na capital acaba inchando o sistema: "Uma pesquisa do Conselho Distrital do Boa Vista mostrou que 48% das pessoas que usam o posto do bairro são de fora de Curitiba".
Pavimento
A Prefeitura de Curitiba informou que entre 2001 e 2004 foram aplicados R$ 66,7 milhões em pavimentação. Desses recursos, R$ 42,9 milhões em pavimentação asfáltica e concreto, R$ 11,9 milhões em antipó e R$ 5,1 milhões em pontes, viadutos e trincheiras.
Educação
O secretário municipal da Educação, Paulo Afonso Schmidt, disse que a maior demanda na educação da capital é quanto às vagas para creches, com crianças de zero a 6 anos. Mesmo assim, a cidade consegue oferecer vagas para 54% da população dessa idade. No ensino médio, as vagas oferecidas por colégios municipais, estaduais e particulares, em Curitiba, chegam a ultrapassar o número de pessoas nessa idade escolar. O índice chega a 105%. "Provavelmente devemos estar atingindo a Região Metropolitana também", contou o secretário. Quanto aos professores, ele informou sobre a existência de um plano de carreira desde 2001: "Desde então, todos nossos professores são obrigados a ter nível superior. Inclusive, em 900 casos, nós pagamos bolsas para que eles concluíssem a graduação".
Metodologia
As entrevistas aconteceram entre 21 e 28 de maio, tendo uma margem de erro de 3,9%.O trabalho foi encomendado pelo PMDB Curitiba Metropolitana Unido e pelo PMDB Jovem, e coordenado pelo professor Francisco José de Toledo, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa, responsável pelos levantamentos feitos no Paraná no segundo turno da sucessão estadual de 2002.
Fonte: Paraná Online
|